Para quem é adulto e, na adolescência, viveu fase musical de rock bem mais rebelde que a atual, é difícil entender porque uma banda como a colorida Restart faz tanto sucesso.
Uma das super-fãs do grupo, a bauruense Alice Farha Diban, 17 anos, explica com facilidade.
“Acho que as pessoas começaram a gostar das coisas mais alegres. É uma nova geração, que gosta mais de cor. Tem gente que ainda curte o rock pesado, mais muitos fãs aceitam bem essa nova moda”, diz.
Tem também as letras românticas. Amor de um jeito leve. Fossa? A geração de Alice nem sabe o que é isso.
“Eles têm muito carinho com as fãs, fazem muitas declarações”, reforça.
Alice e a irmã Beatriz, 15, criaram um fã clube do Restart em 2009. A intenção: divulgar o grupo e mostrar como gostam dos meninos.
Deu certo. É um fã clube online, comandado principalmente por meio do Twitter [@restart fãs]. São mais de onze mil seguidores. As irmãs divulgam notícias sobre os meninos, promovem maratona de votos quando eles concorrem a algum prêmio de TV e também para pedir músicas em rádios.
“No começo, quando criamos o fã clube, não esperávamos que ia crescer tanto. Foi uma surpresa, ficamos muito felizes”, conta Alice.
Elas têm uma rotina de abastecimento do Twitter. Chegam da escola, onde cursam o ensino médio, entram na internet e postam informações ao longo do dia. Por volta das 22h se despedem e só voltam no dia seguinte.
Os seguidores, grande parte meninas da mesma faixa etária, interagem o tempo todo. Conversam, querem notícias dos meninos, falam sobre a participação deles em programas de TV e perguntam sobre a agenda de shows.
As irmã estão sempre atualizadas. Compram todas as revistas que tem matérias com o Restart, lêem os sites sobre famosos e são presenças constantes no site do fã clube oficial.
Já conheceram muita gente desse jeito, de Bauru e de outras cidades. Em comum, o amor pelos músicos que seguem a moda [jovem e um pouco estranha] de mostrar as cuecas fashion que usam.
Em agosto do ano passado, Alice e Beatriz foram ao show da banda em Bauru. Alice não economiza na hora de descrever a sensação de ver de perto os ídolos.
“Foi maravilhoso, um sonho realizado”, diz.
Realizado apenas em parte. A adolescente gostaria de ir a outras apresentações, ter mais contato com os
músicos, ser reconhecida por eles. “Coisa de fã”, explica.
O preferido dela é o baixista e vocalista Pe Lanza. O de Beatriz é o baterista Thomas. A banda é formada ainda por Pe Lu [guitarra e voz] e Koba [guitarra].
A internet, onde os fãs se encontram, é também importante instrumento de divulgação de bandas teens como o Restart. Os músicos costumam acompanhar as seguidoras e dão RT [uma retuitagem, forma de repercutir o que está escrito] nas postagens das meninas.
Elas sabem quase tudo sobre a banda, criada em agosto de 2008 por amigos de escola.
Como são especialistas em Restart, lá vai uma pergunta de quem não sabe quase nada, mas está curiosa.
Por que os dois vocalistas usam o Pe nos nomes?
“O Pe, é de Pedro... Pedro Lanza e Pedro Lucas, é para abreviar”, explica Alice, com paciência, mas entre risadas. Simples assim.
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